Altivez: Como Reconhecer, Evitar e Superar Esse Mal Disfarçado de Autoconfiança
A altivez é um veneno sutil. Ela não grita como a raiva, não choca como a inveja, mas mina aos poucos os relacionamentos, a espiritualidade e até a própria identidade de quem a cultiva. Muitas vezes confundida com autoconfiança ou autoestima elevada, a altivez se disfarça de virtude para dominar o comportamento humano com ares de falsa superioridade. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que é a altivez, suas consequências e como superá-la, à luz da humildade — essa sim, verdadeira virtude. Saiba mais sobre humildade para vencer a altivez aqui.
O que é Altivez e por que é tão perigosa?
Altivez é uma manifestação específica da soberba, marcada por uma atitude arrogante e de superioridade injustificada sobre os outros. Ela não precisa de palavras ofensivas: basta um olhar de desdém, um tom de voz impaciente, ou a maneira como alguém ignora quem julga ser inferior. O problema da altivez é que, muitas vezes, ela é alimentada por qualidades verdadeiras — inteligência, beleza, educação, status — mas usadas como instrumentos de exclusão, e não de comunhão.
Essa postura nasce de um senso exagerado de valor próprio, onde a pessoa se vê como centro de tudo. Ela passa a julgar os outros a partir de padrões inflexíveis, muitas vezes criados por ela mesma. A altivez leva ao isolamento social autoimposto: quem se considera "melhor" evita conviver com quem julga "menor", empobrecendo as relações humanas e bloqueando o crescimento espiritual e emocional.
A raiz da altivez é o orgulho, mas sua aparência é mais sutil. É aquela pessoa que interrompe o outro para mostrar que sabe mais, que exige tratamento especial por se considerar mais importante, que despreza a opinião alheia. Ela pode até se considerar gentil, educada ou religiosa — mas não consegue reconhecer falhas, não se desculpa, e se fecha para o aprendizado que vem dos outros.
As consequências ocultas da altivez no dia a dia
A altivez destrói a convivência. Quando uma pessoa se porta com superioridade, ela desperta nos outros sentimentos de inadequação, insegurança ou revolta. Isso pode ser percebido no ambiente de trabalho, onde colegas se sentem desvalorizados; na vida familiar, onde um pai altivo causa distanciamento dos filhos; ou mesmo no trato com desconhecidos, como garçons, faxineiros ou entregadores, que sofrem com o desprezo disfarçado de superioridade social.
Outro grande prejuízo da altivez é o bloqueio ao crescimento pessoal e espiritual. Quem se julga superior não vê necessidade de mudar, de aprender, de ouvir. A pessoa altiva recusa conselhos, ignora advertências e desconsidera a sabedoria alheia. Aos poucos, ela constrói uma autoimagem distorcida, frágil e solitária, pois se blinda contra qualquer feedback que possa desafiá-la a crescer.
Além disso, a altivez enfraquece a fé. O cristianismo ensina que todos são iguais diante de Deus, e que o maior é o que serve. O altivo, ao contrário, espera ser servido, elogiado e obedecido. Sua relação com Deus torna-se vazia, ritualista, pois falta-lhe o coração contrito, capaz de reconhecer que é pó e que tudo que tem é graça. O orgulho transforma a religião em vaidade, a oração em ostentação e a caridade em autopromoção.
Caminhos para cultivar a Humildade e vencer a Altivez
Superar a altivez começa com a decisão de fazer um exame de consciência sincero. Pergunte-se: de que maneiras tenho me colocado acima dos outros? Tenho desprezado alguém pela sua simplicidade, aparência ou falta de recursos? Tenho aceitado conselhos ou me fecho para opiniões diferentes? Refletir sobre essas perguntas já é um primeiro passo rumo à humildade.
Depois da reflexão, é importante praticar atos concretos que desmontem a altivez. Valorize as pessoas ao seu redor, principalmente as que você tende a ignorar. Agradeça sinceramente aos que prestam serviços. Escute com atenção quem pensa diferente de você. E principalmente: procure reconhecer que tudo que você tem — inteligência, beleza, dinheiro, fé — é dom, não mérito. A gratidão enfraquece a soberba.
Por fim, busque inspiração nos santos e nos textos espirituais. Jesus Cristo, sendo Deus, lavou os pés dos discípulos. São Francisco abraçava leprosos. Santa Teresinha se considerava a menor entre as suas. A humildade não é se rebaixar, mas reconhecer que todos têm valor. Praticá-la exige esforço, mas é fonte de paz, de comunhão e de crescimento. Quem aprende a ser humilde torna-se mais forte, mais livre e mais feliz.
A altivez não se vence da noite para o dia. É um combate diário contra uma tendência humana muito comum: a de se achar melhor, superior, mais digno. Mas quem escolhe o caminho da humildade abre as portas para uma vida mais leve, generosa e plena. Reconhecer esse mal é o primeiro passo para vencê-lo. E você? Está pronto para dar esse passo?
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