Pular para o conteúdo principal

Abuso dos Pais contra os Filhos: Exame

Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem. (Colossenses, 3,21)

Exame de Consciência: Foco no Abuso Parental

Domínio 1: Desconexão e Rejeição

Abandono/Instabilidade

  1. Abandonei meu filho emocionalmente em momentos de necessidade, deixando-o com a sensação de que não podia contar comigo?
  2. Amei meu filho condicionalmente, ameaçando retirar meu afeto caso ele não correspondesse às minhas expectativas?
  3. Desvalorizei as emoções do meu filho, dizendo que eram "frescura" ou "drama"?
  4. Ignorei meu filho? Mesmo estando presente na sala, não conversei com ele, não falei do que lhe interessava? 
  5. Compreendo que a criança aprende o seu valor pelas validações e não pelas críticas que recebe dos pais? 
  6. Colaborei para demolir ou não construir a auto estima do meu filho por só falar com ele para criticar, reclamar e nunca para falar de coisas de seu interesse? 
  7. Como vejo minha função de pai enquanto educador e formador do meu filho?

Desconfiança/Abuso

  1. Suspeitei constantemente do meu filho, acusando-o sem provas e minando sua confiança em mim?
  2. Manipulei meu filho para obter o que eu queria, usando chantagem emocional ou ameaças?
  3. Expus meu filho a situações de perigo ou violência, negligenciando seu bem-estar?
  4. Deixei de prover meu filho dos bens necessários tanto materiais como emocionais? Compreendo que negligência é uma forma grave de abuso?

Privação Emocional

  1. Ignorei as necessidades emocionais do meu filho, mostrando-me frio e distante?
  2. Recusei-me a dar afeto físico ou verbal ao meu filho, privando-o de carinho e apoio?
  3. Invalidei os sentimentos do meu filho, dizendo que ele estava "exagerando" ou "inventando coisas"?

Domínio 2: Autonomia e Desempenho Prejudicados

Dependência/Incompetência

  1. Controlei excessivamente a vida do meu filho, impedindo-o de tomar decisões e aprender com seus erros?
  2. Desincentivei a independência do meu filho, fazendo tudo por ele e transmitindo a mensagem de que ele era incapaz?
  3. Critiquei duramente as tentativas do meu filho de fazer as coisas sozinho, minando sua autoconfiança?

Emaranhamento/Self Subdesenvolvido

  1. Invadi a privacidade do meu filho, lendo suas mensagens, diários ou controlando suas amizades?
  2. Usei meu filho como confidente ou "porto seguro", sobrecarregando-o com meus problemas e emoções que não são de sua alçada resolver?
  3. Impedi meu filho de desenvolver sua própria identidade, exigindo que ele seguisse meus passos ou correspondesse às minhas expectativas?

Fracasso

  1. Comparei meu filho com outras crianças, fazendo-o se sentir inferior e incapaz?
  2. Rotulei meu filho como "burro", "preguiçoso" ou "fracassado", minando sua autoestima e motivação?
  3. Desvalorizei as conquistas do meu filho, minimizando seus esforços e sucessos?
  4. Diminui meu filho comparando-o com os irmãos, primos ou vizinhos, sempre vendo somente aspectos negativos? Acredito que isso é educar? Não consigo compreender que isso é humilhar e que educar é desenvolver as capacidades dos filhos?

Domínio 3: Limites Prejudicados

Merecimento

  1. Exigi que meu filho me obedecesse incondicionalmente, sem considerar seus sentimentos ou necessidades?
  2. Usei punições físicas ou humilhantes para "educar" meu filho, demonstrando falta de respeito e empatia?
  3. Manipulei meu filho para satisfazer meus próprios desejos, sem me importar com as consequências para ele?

Domínio 4: Direcionamento para o Outro

Subjugação

  1. Ameacei meu filho com punições severas caso ele me contrariasse, induzindo-o a se submeter à minha vontade?
  2. Culpei meu filho por meus problemas ou frustrações, fazendo-o se sentir responsável pela minha felicidade?

Autossacrifício

  1. Incentivei meu filho a priorizar minhas necessidades acima das dele, ensinando-o a negligenciar seu próprio bem-estar?
  2. Usei meu filho como um "bode expiatório", culpando-o por meus erros ou fracassos?

Domínio 5: Supervigilância e Inibição

Inibição Emocional

  1. Reprimi as emoções do meu filho, dizendo que ele não podia chorar, sentir raiva ou expressar seus sentimentos?
  2. Ridicularizei as demonstrações de afeto do meu filho, ensinando-o a reprimir suas emoções?
  3. Padrões Inflexíveis/Autocrítica Implacável:
  4. Exigi perfeição do meu filho em todas as áreas, criticando-o duramente por qualquer erro ou falha?
  5. Estabeleci regras rígidas e inflexíveis, sem considerar as necessidades ou individualidade do meu filho?
  6. Compreendo que viver num ambiente abusivo, em que cotidianamente só se ouvem críticas e reclamações compromente o aparelho psiquico da criança compromentedo nao só o seu desenvolvimento emocional, mas também suas capacidade de aprendizado? Meu filhos tem problemas de aprendizado? Trato suas dificuldades com carinho visando o seu pleno desenvolvimento ou só os critico? Sou amargo e negativo e por isso o ambiente no meu lar é sempre negativo?

Este exame de consciência visa auxiliar na reflexão sobre comportamentos parentais abusivos. É importante lembrar que o reconhecimento desses padrões é o primeiro passo para a mudança e a busca por um relacionamento mais saudável com os filhos. Se você se identificou com alguns desses comportamentos, procure ajuda profissional.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Qual a Diferença entre: Pecado, Vício, Defeitos, Fraquezas e Falhas?

Antes de nos entregarmos ao pecado ou nos aprisionarmos em vícios que impedem nossa plena realização como Deus prevê para nós, podemos apresentar diferentes graus de imperfeição: defeitos que desenvolvemos, fraquezas que herdamos ou adquirimos, e falhas que consentimos ou naturalizamos indevidamente. Essas características, embora distintas em sua origem, podem nos predispor ao pecado se não forem reconhecidas e trabalhadas. Reconhecer essas fragilidades significa assumir a responsabilidade de combatê-las com a ajuda de Deus, buscando a santidade e a plena realização do projeto que Deus tem para nós. Afinal, a negligência para com essas imperfeições pode nos afastar do caminho da virtude e nos impedir de alcançar a plenitude da vida em Cristo.  Um exemplo: o sofrimento de abusos na infância pode resultar em comportamentos disfuncionais, representando uma fraqueza em relação ao nosso pleno desenvolvimento. Embora não sejamos culpados pelos traumas sofridos, temos a responsabilidade d...

O Mal dos Abusos contra os Animais

Abuso Animal Uma Realidade Cruel que Precisa Mudar "O justo cuida da vida do seu animal, mas o coração dos ímpios é cruel."(Provérbios 1210) Os animais são seres sencientes que merecem respeito e compaixão. No entanto, a realidade cruel do abuso animal está presente em diversas formas, desde o tráfico ilegal de animais silvestres até a negligência com animais domésticos passando pelo uso de animais para experimentos industriais e por outros abusos dos quais talvez não estejamos conscientes. O abuso animal é uma realidade que precisa ser combatida através da conscientização, da educação e da ação conjunta da sociedade, Ações como denunciar casos de abuso, boicotar empresas que praticam crueldade com animais e adotar animais de estimação que foram abandonados são medidas importantes para combater esse problema. Devemos todos cuidar da criação que Deus nos deu. Formas de Abuso Contra os Animais 1. Violência Física 1. Violência Agredir, espancar, chutar, esfaquear, queimar ou ati...

Os Males do Entendimento Distorcido

Meus queridos netinhos, cada um de vocês brilha com virtudes tão especiais que fazem meu coração de avô transbordar de orgulho. Vejo em vocês a honestidade que se revela quando falam a verdade mesmo nos momentos difíceis, a compaixão quando se preocupam com os sentimentos dos outros, e a responsabilidade quando cumprem seus deveres sem precisar que alguém fique lembrando. Estas suas qualidades são sementes de adultos de caráter admirável. Hoje quero chamar a atenção de vocês para algo muito importante sobre como devemos agir quando nos deparamos com a necessidade de julgar alguém, mesmo que só dentro do nosso coração. Lembrem-se sempre: nosso dever como cristãos não é condenar, mas sim buscar compreender. Há momentos em que precisamos avaliar o comportamento de alguém para oferecer ajuda, como pais ou orientadores. No entanto, esse julgamento deve ser sempre justo e criterioso. Isso significa: Ouvir atentamente todos os lados da história, buscando a verdade completa. Não esconder fat...