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Básico sobre Sacramento da Confissão



1 - BÁSICO SOBRE O SACRAMENTO DA CONFISSÃO


O Que é a Confissão? 

Sacramento da Confissão, Sacramento da Penitência, Sacramento da Reconciliação e chamado muitas vezes Sacramento da Alegria, é o sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados. É obrigação primeira do cristão se reconciliar com Deus, logo confessar deve ser algo primordial e não algo opcional.

Quem Perdoa os Pecados?

"Só Deus tem poder para isso" (cf. Mc 2,7). Por ser o Filho de Deus, Jesus diz de si mesmo: "O Filho do Homem tem na terra poder de perdoar os pecados." (cf. Mc 2,10). A igreja recebeu a missão e o poder de perdoar os pecados, porque foi o próprio Jesus que lhe conferiu: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos" (Jo 20, 22-23). Portanto, não é o padre que nos perdoa e nem estamos nos confessando a um outro homem, mas a Deus. São os bispos e os padres que têm, em virtude do sacramento da Ordem, o poder de perdoar todos os pecados "Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo".

É possível se Confessar Diretamente com Deus?

O perdão, de fato, vem de Deus. Entretanto, o pecado é um ato social e tem consequências sociais. Qualquer pecado prejudica toda a comunidade humana ao rebaixa-la. Por isso, Jesus confiou à Igreja a administração do Sacramento da Reconciliação. Todos os sacramentos são sinal sensível da graça. O padre, por mandato de Jesus, é o representante da comunidade. Cabe a ele acolher o penitente e, em nome da Trindade e da Igreja, perdoar-lhe os pecados.

Porque Confessar-se? 

A Confissão nos santifica e nos aproxima de Deus. Além disso, este sacramento aumenta o conhecimento próprio, faz crescer a humildade cristã, combate a indolência espiritual e fortalece a vontade. A confissão também aumenta a graça em virtude do Sacramento e é o único modo de vencer o hábito do pecado mortal, de evitar a multiplicação dos pecados veniais e auxiliar e acelerar o progresso nas virtudes e a perseverança no bem. Também é durante a Confissão que muitas vezes recebemos a direção espiritual. 

Quem Deve Confessar? 

Todos os cristãos. E desde os sete anos de idade, fase em que começa a idade da razão e a partir da qual já se podem cometer pecados mortais. E, então, a partir dessa idade e para sempre a Igreja recomenda a piedosa prática da Confissão frequente.

O Que é Necessário para Confessar-se? 

  1. Lembrar-se dos pecados cometidos (Exame de Consciência). 
  2. Arrependimento dos pecados. 
  3. Propósito de não tornar a pecar. 
  4. Confissão dos pecados ao sacerdote. 
  5. Cumprimento da penitência. 

Quando Confessar? 

O que caracteriza o pecado é exatamente estar afastado de Deus, de sua graça santificante e, sem Ele, nada podemos fazer.  E é pelo Sacramento da Confissão que voltamos a estar em graça de Deus. Ou seja, em graça, Deus habita em nossa consciência. A igreja ensina que devemos nos confessar ao menos uma vez por ano, e em caso de pecado grave, sempre antes de receber a comunhão.

Essa Confissão anual pode ser feita na Quaresma quer por ser esse tempo ocasião de contrição especial, quer porque nessa época se deve cumprir o preceito da Comunhão anual. Mas, se cometemos um pecado mortal devemos nos confessar o mais prontamente possível porque todo mal não estancado, cresce. 

Sobre a Confissão Frequente 

1 - A Confissão frequente é desejável porque nos ajuda a perseverar no caminho do bem. Converse com seu confessor e considere a possibilidade de confessar uma vez ao mês. Isto é especialmente importante para os religiosos. Alguns grupos confessam semanalmente. 

2 - Alguns, para não confessar frequentemente, alegam que se estaria abusando do Sacramento porque a confissão frequente facilitaria a reincidência no erro. É preciso ter propósito mais firme de não reincidir, mas a cura para a reincidência vem do Sacramento da Confissão. Às vezes levamos muito tempo para deixar um vício e devemos deixar de confessá-lo frequentemente por isso? Claro que não. Talvez quando tomarmos consciência de que no fundo não queremos deixar o vício ou que ele já nos tira a liberdade de escolha, comecemos a mudar. Mas esta consciência tão profunda, que leva à mudança de uma resistência para deixar um vício, vem muitas vezes aos poucos e a confissão frequente é o que podemos fazer para nos ajudar a mudar. 

3 - Há os que não querem confessar frequentemente porque acham que não tem pecado tão amiúde. Isto não é verdade já que os graus de santidade que podemos ascender são muito altos. Podemos mudar muito. Por exemplo, hoje eu posso confessar que não tenho pecados e que sou vítima de um marido chato, o que pode ser verdade. Mas amanhã posso estar confessando que contribuo para o clima ruim do meu casamento com a minha preguiça, por exemplo, e com isto formo um quadro mais claro e verdadeiro do problema que estou enfrentando. Depois, aos poucos, vou percebendo que respondo de maus modos ou que sou desleixada no trato com as pessoas ou no cuidado da casa. Ao tomar consciência de defeitos que não percebia, vou refinando minha alma e crescendo em virtude. Com mais virtude sou capaz de influenciar positivamente o meu casamento e a conversão do meu marido. E esse refinamento do entendimento, na verdade, acontece pela confissão frequente. É preciso sair da zona de conforto para se estar sempre progredindo e aprendendo porque não sabemos quão longe podemos chegar com a ajuda de Deus. Veja este vídeo

Como se Preparar para a Confissão? 

Fazendo o exame de consciência para saber os pecados cometidos desde a última confissão bem feita.

Advertência 

Advertência: É especialmente grave receber a Eucaristia em pecado mortal.  

Boas Maneiras na Confissão

  1. Fale sobre os pecados cometidos de modo concreto. Diga também quantas vezes os erros foram cometidos.
  2. Evite as histórias vagas e imprecisas. Elas geralmente tentam nos justificar, amenizar ou desviar do que devemos confessar.
  3. Não seria de bom tom contar ao padre o que fizemos de bom por simples vaidade, ou baixa-estima como quem procura aprovação. Deus sabe de tudo sobre nós e nos ama como nós somos. Não devemos nos preocupar em "ficar bem com o padre". 
  4. Também não devemos falar sobre o pecado dos outros porque é fazer fofoca ao invés de se confessar. 
  5. Não seria oportuno também desabafar angustias e tristezas AO INVÉS de confessar os pecados. É natural que falemos do que nos incomoda com o padre, mas isto não deve substituir a matéria da confissão que são os nossos pecados. 
  6. O sacerdote é outro Cristo. Como você falaria com Cristo? Evite dizer grosserias, palavrões e descrições de coisas nojentas ou perversões de qualquer tipo de modo muito detalhado. Críticas à Igreja, queixas agressivas também não são de bom tom. Mas não deixe de dizer o que é importante por qualquer motivo que seja! Às vezes estamos tão descontrolados que podemos nos exceder nas críticas. Pode acontecer. Mas de um modo geral procure ser educado, diga o que tiver que dizer de boas maneiras.
  7. Não tenha receio de confessar ao sacerdote qualquer pecado impuro que tenha cometido. Não esconda nem tente disfarçá-lo. O sacerdote está ali para nos ajudar e perdoar. Nada do que possa dizer o escandalizará; por isso, não tenha medo, por mais envergonhado que esteja.

Sugestão de Leitura: Falar com Deus - Quaresma

O que Confessar? 

O pecado. 

E o que é pecado?

Pecado é toda desobediência voluntária à Lei de Deus ou da Igreja. O pecado original é o pecado de desobediência e soberba que a humanidade cometeu em Adão e que afetou a natureza humana. Pelo pecado original, o amor na natureza humana pode se tornar desordenado.

  • O pecado original se apaga com o Batismo. 
  • Pecado mortal é uma desobediência à Lei de Deus ou da Igreja em matéria grave, feita com pleno conhecimento e consentimento deliberado. Pecado mortal é  o que causa a morte da alma, destruindo nela a caridade, que é o princípio e fonte da vida sobrenatural. Quem comete pecado mortal fica impossibilitado de remediar os efeitos da sua culpa. A menos que confesse e peça perdão a Deus não se remirá do seu pecado e o estado de pecado durará para sempre, seu castigo será eterno.
  • Pecado venial é uma desobediência à Lei de Deus ou da Igreja em matéria leve ou em matéria grave, mas sem pleno conhecimento e perfeito consentimento. Veniais vem da palavra latina venia que significa perdão. Os pecados veniais são pecados menos graves  a cujos efeitos o homem pode resistir com o auxílio ordinário da graça visto que não tem o funesto poder de privar a alam da vida sobrenatural da caridade. 

Pecados Capitais

Assim chamados por serem eles a "cabeça" de outros vícios. Vício é a inclinação para o pecado adquirida pela repetição de atos maus. Os pecados capitais se vencem pela prática das virtudes que lhe são opostas. 

Virtudes x Pecados Capitais

  1. Amor ao próximo X Inveja
  2. Castidade X Luxúria 
  3. Diligência X Preguiça
  4. Generosidade X Avareza
  5. Humildade X Orgulho
  6. Mansidão X Ira 
  7. Temperança x Gula 

Virtudes 

A virtude é um hábito bom, uma disposição permanente da alma para atuar bem. A religião é uma virtude porque nos faz prestar a Deus o culto devido. As virtudes morais, que se chamam também virtudes humanas ou cardeais, são quatro: prudência, justiça, fortaleza e temperança. que nos fazem ser honestos no viver.

As Três Virtudes Teologais

  • Fé.
  • Esperança. 
  • Caridade.

As Quatro Virtudes Cardeais

  • Prudência é a virtude que dispõe da razão prática para discernir, em toda circunstância, nosso verdadeiro bem e escolher os meios justos para realizá-lo.
  • Justiça é a virtude que consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.
  • Fortaleza é a virtude que assegura a firmeza e a constância na prática do bem, até mesmo nas dificuldades.
  • Temperança é virtude que modera a atração para os prazeres sensíveis e procura a moderação no uso dos bens criados.

              Os Pecados Contra o Espírito Santo

              1. Desesperação da salvação. 
              2. Presunção de se salvar sem merecimento. 
              3. Contradizer a verdade conhecida. 
              4. Ter inveja das mercês que Deus faz aos outros. 
              5. Obstinação no pecado. 
              6. Impenitência final. 

              Os Pecados que Bradam aos Céus.

              1. Homicídio voluntário. 
              2. Pecado sensual contra a natureza. 
              3. Opressão dos pobres. 
              4. Não pagar o salário a quem trabalha. 

              Pecados de Cooperação e Cumplicidade com os Pecados Alheios

              1. Participação neles direta ou voluntariamente. 
              2. Mandando, aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados. 
              3. Não os revelando ou não os impedindo quando a isso somos obrigados. 
              4. Protegendo os que fazem o mal. 

              Sobre a Importância de Combater também os Pecados Veniais

              Não se deve subestimar o perigo dessas “mentirinhas”, “fofoquinhas”, “enrolações”, “relaxamentos” e tantos outros pecados veniais cotidianos.

              Com a constante repetição eles vão deformando o caráter de quem os comete, vão rebaixando a vida à nossa volta pela multiplicação dos maus exemplos e abrem caminho para erros maiores porque o mal não desiste de crescer.

              Os pecados veniais também corrompem os atos de bondade já que o pecado venial reduz a categoria humana dos pecadores.

              O pecado venial evita que recebamos as graças de Deus na sua totalidade, na medida da generosidade de Deus.

              Os pecados veniais são para a alma, e para a nossa ação cotidiana o que uma doença é para o corpo: algo que vai debilitando, deformando, incapacitando em vários sentidos: a percepção das possibilidades, a capacidade de relacionamentos pessoais, etc.

              O pecado venial também facilita o cometimento de pecados mortais. Aos poucos vamos perdendo o temor ao pecado mortal. Antes de um grande crime, o bandido já cometeu e viveu em ambientes onde os pecados veniais eram abundantes.

              Os pecados veniais tendem a se multiplicar. Nesta multiplicação acabam relativizando e naturalizando o erro. A sociedade passa a negar a verdade e os vícios passam a ser tolerados e até estimados, desejados. Agora a corrupção é esperteza, a maledicência é verdade e viver para atender ao comodismo egoísta o principal objetivo de vida. Ao mesmo tempo o que é bom também se torna relativo. Recusar bebidas e drogas passa a ser caretice, a bondade é vista como fraqueza, qualquer depravação popularizada passa a ser um hit de moda a ser seguido, o roubo se traveste de necessidade, o abandono das próprias responsabilidades ganha status de direito à liberdade, o aborto deixa de ser assassinato para se tornar uma questão menor sobre o uso do corpo, a vulgaridade e a violência são naturalizadas como opções de lazer.

              Pecados veniais nos manterão no purgatório que além de ser a antessala do céu é também um local de penitencia e, por isso, deveríamos nos preocupar com o tempo que passaremos ali. E se você não acredita em purgatório pense pelo menos que os pecados veniais tolerados irão moldar o que você será por toda a eternidade. Ser santo é também ser mais feliz. E é assim que deveríamos querer ser por toda a eternidade. Travar um combate constante contra os pecados veniais a começar por aqueles que praticamos mais regularmente é, portanto, uma questão de felicidade eterna. 

              É preciso levar os pecados veniais à Confissão sempre.

              Para evitar a multiplicação dos pecados veniais ao longo do dia, podemos rogar a Deus pedindo a graça de evitar os pecados veniais. Por exemplo, ao trocarmos de uma tarefa para outra, podemos rezar a seguinte jaculatória: “- Senhor, eu sou meu próprio inimigo quando busco minha paz longe de Ti.” ou “ - Mãe de misericórdia, rogai por nós.”.

              A comunhão frequente é caminho seguro para controlar os pecados veniais.

              Deveríamos morrer em amizade com Deus, o que não ocorre com as almas com muitos pecados veniais.

              Identificando o Acúmulo de Pecados Veniais

              Tibieza na piedade: Adiamos ou fazemos mal feito tudo que é referente a Deus: a oração é curta, nos distraímos na Missa, adiamos a participação nas pastorais, vamos à Confissão, mas não procuramos nos emendar, etc.

              Tibieza na vida cotidiana: Temos horror dos pecados mortais, mas toleramos os veniais. Por exemplo, temos sempre uma desculpa para considerar aquela mentirinha necessária e sem importância, quando mentir é sempre errado. Ou reclamamos que estamos cansados quando na verdade estamos é com preguiça.

              Também demonstramos tibieza na vida cotidiana quando trabalhamos sem a correta intenção, sem método nem ordem. Estamos sempre arrastados pelas exterioridades. Só buscamos conforto, consolações e comodidades. Na verdade, nada fazendo pelos demais se não for por interesse.

              Do Catecismo 

              Os Dez Mandamentos 

              1. Amarás a Deus sobre todas as coisas. 
              2. Não tomarás seu santo nome em vão. 
              3. Guardarás Domingos e Festas. 
              4. Honrarás pai e mãe. 
              5. Não matarás. 
              6. Não pecarás contra a castidade. 
              7. Não furtarás. 
              8. Não levantarás falso testemunho. 
              9. Não desejarás a mulher do próximo. 
              10. Não cobiçarás as coisas alheias. 

              Mandamentos da Igreja 

              1. Ouvir a Missa inteira aos domingos e dias santos de guarda. 

              A Santa Igreja nos obriga a nos abster de todo trabalho servil nos Dias Santos de Guarda, como nos Domingos, na medida do possível. Os católicos que devem trabalhar nos Dias Santos de Guarda são obrigados a assistir a Santa Missa a não ser que sejam escusados por uma causa proporcionalmente grave. Esse preceito pode ser violado ao não assistir a Missa nos dias prescritos ou ao se chegar atrasado à Missa sem razão suficiente. Dependendo da qualidade e da quantidade do atraso, pode ser pecado leve ou grave.

              Dias de Missa Obrigatório

              1. Todos os domingos do ano. 

              2. Festividade de Santa Maria, Mãe de Deus no dia Primeiro de Janeiro. 

              3. Corpus Christi celebrada na quinta-feira depois do Domingo da Santíssima Trindade. 

              4. Oito de Dezembro Festividade da Imaculada Conceição.

              5. 25 de Dezembro, Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.   

              2. Confessar ao menos uma vez por ano os pecados mortais. 

              A Santa Igreja insta-nos a confessar-nos frequentemente, mas nos obriga a fazê-lo somente uma vez por ano para admoestar aqueles que possam ter a presunção da misericórdia de Deus, o que é um pecado contra o Espírito Santo. Os pais devem preparar seus filhos para a confissão tão logo a criança aprenda a distinguir o certo do errado (isto é, por volta dos sete anos de idade). A obrigação de se confessar uma vez por ano obriga somente àqueles que cometeram um pecado mortal e não se confessaram por pelo menos um ano.

              3. Jejuar e abster-se de carne quando manda a Santa Igreja. 

              Jejuar, abster-se de carne e fazer penitência nos dias prescritos. A lei da abstinência obriga aqueles que completaram 14 anos de idade até o fim da vida. A lei do jejum obriga aqueles que atingiram sua maioridade (18 anos) até o início de seus 60 anos.

              Jejuar significa comer menos comida do que normalmente se come. Nos dias de jejum, é permitido comer uma refeição completa e duas outras menores que, juntas, não passem a quantidade de uma refeição completa. Os dias de jejum são a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa.

              Nos dias de abstinência, é proibido comer carne. Os dias de abstinência são: todas as sextas-feiras do ano e a quarta-feira de cinzas. No Brasil, a abstinência pode ser comutada (salvo na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa) por outras formas de penitência, principalmente em obras de caridade e exercícios de piedade. Uma penitência substituta permitida poderia ser: dizer um terço, a Via Sacra, visitar os doentes ou presos, etc. O mais aconselhável é guardar a tradicional abstinência.

              4. Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição. 

              O período da Páscoa para a comunhão pascal começa na Quinta-feira Santa e termina no Primeiro Domingo depois de Pentecostes (Festa da Santíssima Trindade). Entretanto, após ter recebido a Primeira Comunhão, é fortemente recomendado que se receba este magno Sacramento frequentemente durante a vida (mesmo diariamente, se possível, como recomendado pelo Papa São Pio X).

              5. Pagar dízimos conforme o costume. 

              Este preceito requer que cada um preste auxílio às necessidades materiais da Igreja conforme suas possibilidades.

              As Obras de Misericórdia 

              Espirituais 

              1. Dar bom conselho. 
              2. Ensinar os ignorantes. 
              3. Corrigir os que erram. 
              4. Consolar os aflitos. 
              5. Perdoar as injúrias. 
              6. Sofrer com paciência as fraquezas do próximo. Rogar a Deus pelos vivos e defuntos. 

              Corporais 

              1. Dar de comer a quem tem fome. 
              2. Dar de beber a quem tem sede. Vestir os nus. 
              3. Dar pousada aos peregrinos. 
              4. Visitar os enfermos e encarcerados. Remir os cativos. 
              5. Enterrar os mortos.

              Três Companheiros do Cristão

              1. Oração
              2. O jejum
              3. A esmola (obras de misericórdia)

              Os Sete Sacramentos

              1. Batismo
              2. Crisma ( ou Confirmação)
              3. Eucaristia
              4. Confissão
              5. Unção dos Enfermos
              6. Ordem
              7. Matrimônio

              Os doze principais frutos do Espírito Santo

              A mente humana, esclarece o Doutor Angélico, deve estar ordenada em si mesma, em relação ao que está ao seu lado e em relação ao que lhe é inferior. 

              1. Os três primeiros frutos do Espírito Santo - caridade, alegria e paz - ordenam a alma em si mesma em relação ao bem.
              2. A paciência e longanimidade o fazem em relação ao mal. 
              3. Bondade, benignidade, mansidão e fidelidade a ordenam em relação aos outros.
              4. Modéstia, continência e castidade, em relação àquilo que lhe é inferior.

              1 - Caridade

              A caridade - "sentimento primordial e raiz de todos os sentimentos", segundo São Tomás - é o primeiro fruto do Espírito Santo. Nela, o Paráclito dá-Se de forma toda particular "como em Sua própria semelhança".Quando uma alma é cumulada pela seiva divina do Espírito de Caridade, o amor a arrebata e transforma por completo. A caridade nem sempre vem acompanhada de consolações para a alma que a pratica, pois, sendo uma virtude, reside na vontade, e não no sentimento. Assim, "não se trata necessariamente de um amor sentido, mas de um amor intensamente querido; e tanto mais querido, nas almas fervorosas, quanto menos sensível for".

              A verdadeira prova da autenticidade da caridade é o fato de ela vir acompanhada de uma repulsa inteira ao pecado, pois diz Santo Agostinho: "Ficará demonstrado que amas o que é bom se vires em ti que odeias o que é mau". 

              Cristo: "Amarás a teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22, 39). No dizer de Santo Agostinho, "o amor ao próximo é como o princípio do amor a Deus". E "não há degrau mais seguro para subir ao amor de Deus que a caridade do homem para com seus semelhantes".

              2 - Alegria

              Corolário do amor a Deus e ao próximo é a alegria, "pois quem ama se alegra por estar unido ao amado. Ora, a caridade tem sempre presente a Deus, a quem ama, segundo o dizer da primeira Carta de João: ‘Quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus nele' (I Jo 4, 16). Portanto, a alegria é consequência da caridade". Longe de se confundir com os gozos passageiros, provenientes de frivolidades ou de ações proibidas pela Lei de Deus, que logo se transformam em frustração, a alegria do Espírito Santo é toda sobrenatural e penetra até o fundo da alma. Por isso pôde São Paulo dizer: "Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações" (II Cor 7, 4).

              3 - Paz

              "Mas a perfeição da alegria é a paz", afirma o Doutor Angélico. E isto sob dois aspectos: "Primeiro, quanto ao repouso das perturbações exteriores, pois não pode desfrutar perfeitamente do bem amado o que é perturbado por outros nessa fruição". E, segundo, "no sentido que ela acalma a instabilidade dos desejos, pois não goza da alegria perfeita quem não se satisfaz com o objeto que o alegra". Não há, pois, absolutamente nada que possa perturbar uma alma abandonada à ação do Espírito Santo, porque ela "têm consciência de estar na posse do único bem a que está apegada; sabe que possui a Deus; sabe-se amada por Ele ‘até a loucura', apesar de sua miséria e, por sua vez, também ama a Deus sem medida". Numa existência agitada e ruidosa, marcada a fundo pela violência e pelo pecado, tudo concorre para arrancar- nos a paz interior. Por isso é preciso nos voltarmos para Deus e começamos a fazer isso através do Sacramento da Confissão.

              4 - Paciência

              Depois de considerar os frutos do Espírito Santo que ordenam a mente para o bem, vejamos aqueles que a levam a atuar de forma correta perante a adversidade: a paciência e a longanimidade. 

              1. Paciência: nos torna inalteráveis ante os males iminentes. Derivada da fortaleza, a virtude da paciência "inclina a suportar sem tristeza de espírito nem abatimento de coração os padecimentos físicos e morais". Segundo Santa Catarina de Sena, a paciência é a "rainha posta na torre da fortaleza, que vence sempre e nunca é vencida". Assim aconteceu com o justo Jó que, tendo perdido as riquezas, os filhos e a saúde, com a mesma atitude de alma continuava glorificando seu Criador: "O Senhor deu, o Senhor tirou: bendito seja o nome do Senhor!" (Jó 1, 21).
              2. Longanimidade: nos torna imperturbáveis com a prolongada espera dos bens, dado que a privação destes já é um mal. 

              Quando o Espírito Santo produz em nossas almas esses frutos,nos tornamos conformes à vontade de Deus.  É pela paciência que imitamos, na nossa vida, o exemplo de Jesus Cristo e de Maria Santíssima na Paixão e nos comprenetramos da necessidade de reparar nossos pecados, purificando-nos no cadinho do sofrimento.

              5 - Longanimidade

              Pela longanimidade, o Espírito Santo nos leva a aguardar com equanimidade, sem queixas nem amargura, os bens que esperamos de Deus, do próximo e de nós mesmos. Não se trata de uma espera passiva e preguiçosa, mas sim de uma manifestação de coragem que se estende no tempo, de uma dilatada esperança que nos faz fortes de alma.

              Frutos de longanimidade vemos em abundância na vida de Santa Mônica, durante os muitos anos em que receava pela salvação eterna do filho Agostinho, transviado na imoralidade e na heresia. Sem nunca esmorecer na confiança, rezava persistentemente pela sua conversão. Deus, comprazido em contemplar nessa mãe exemplar os frutos que Ele mesmo semeara, deu-lhe a honra sublime de ter o filho elevado à condição de um dos grandes luminares da Santa Igreja.

              6 - Bondade

              Depois de bem disposta a mente em relação a si mesma, cumpre ajustá- la em relação ao que lhe está ao redor: o próximo. Isto se dá, em primeiro lugar, pela bondade, isto é, pela "vontade de agir bem". 

              Por efeito de nossa união com Deus, somos compelidos pelo Espírito Santificador a beneficiar os outros. 

              7 - Benignidade

              O fruto da benignidade se distingue ao da bondade por já ser, não só um querer, mas um praticar efetivo do bem. Chamam-se benignos aqueles a quem o ‘fogo bom' do amor que se inflama em favor do próximo". Modelo desse amor que "se inflama em favor do próximo" foi São Vicente de Paulo. 

              8 - Mansidão

              Pela mansidão refreamos a ira e suportamos com serenidade de espírito os males infligidos pelos outros. 

              9 - Fidelidade

              A fidelidade nos faz "manter a palavra dada, as obrigações assumidas, nos contratos estipulados" e no cumprimento pontual de nossas obrigações. A fidelidade complementa a mansidão porque nos conduz a não fraudar nem enganar os outros. 

              10 - Modéstia

              A modéstia mantém nossos olhos, lábios, risos, movimentos, enfim, toda a nossa pessoa, sem excluir nossos trajes, nos justos limites "que correspondem a seu estado, habilidade e fortuna". 

              Santo Agostinho recomenda particular cuidado com a modéstia exterior, que tanto pode edificar quanto escandalizar os que nos rodeiam. Note-se que a afirmação do Bispo de Hipona não deve ser interpretada num sentido exclusivamente negativo. A modéstia exterior inclui também o dever positivo de revestir-se das roupas, gestos e atitudes próprias a edificar o próximo e dar glória a Deus. Lê-se na vida de São Francisco de Assis um episódio que ilustra quanto o cumprimento desse dever pode produzir nas almas um efeito equivalente ou talvez maior que o de um sermão. Certa vez, ele convidou um frade, seu discípulo, a acompanhá-lo: - Irmão, vamos fazer uma pregação - disse-lhe. Após percorrerem a cidade em silêncio, São Francisco retomou o caminho do convento. Sem entender o que se passava, o frade perguntou: - Mas, meu pai, não dissestes que íamos fazer uma pregação? Aqui estamos de volta, e não proferimos uma só palavra... E o sermão? - Já o fizemos. Não percebes que a vista de dois religiosos andando pelas ruas com estas vestimentas e em atitude de recolhimento vale tanto quanto um sermão? - respondeu o Santo.

              11 - Continência e Castidade

              A castidade nos refreia em relação ao que é ilícito, e a continência ao que é lícito.

              A continência "robustece a vontade para resistir às concupiscências desordenadas muito veementes", é um freio. Ela, assim, prepara a alma para essa castidade. Cabe lembrar que "os que fazem tudo quanto é permitido acabarão por fazer o que não é permitido".

              12 - Espírito de Amor e Intercessão de Maria

              Qual navio batido pelas ondas na procela, a alma sente neste vale de lágrimas os falaciosos atrativos da carne, convidando-a ao naufrágio. Dada a nossa natural insuficiência, agravada pelas consequências do pecado original, torna-se indispensável o auxílio divino para completarmos a árdua corrida rumo à eterna bem-aventurança. E o Espírito de Amor vem sempre em socorro da nossa fraqueza, com suas graças e dons. Ele não cessa de interceder por nós "com gemidos inefáveis" (Rm 8, 26) e ainda nos dá como medianeira e advogada sua Fidelíssima Esposa. Saibamos recorrer sempre a Ela. Pois a poderosa intercessão de Maria Santíssima é a via mais segura para transformar graminhas estéreis em frondosas árvores carregadas de frutos. 

              Fonte Consultada: Site Arautos do Evangelho

              Breve Introdução ao Catecismo da Igreja Católica 

              Sugestão de Leitura: Lágrimas de Cristo, lágrimas dos Homens

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