(Uma crônica à la Nelson Rodrigues) Ah, meus caros, que espetáculo grotesco e infame presenciei ontem! Em frente à Igreja, templo sagrado que deveria purificar as almas, mas por onde esse trio de pecadores passou como se ela fosse invisível, tal a podridão moral que os consumia! Imaginem, se é que vossas boas mentes podem visualizar semelhante horror próprio de almas corrompidas, uma bisavó - sim, uma bisavó, senhores! - com seus cabelos mais brancos que a própria inocência há muito assassinada neste mundo cruel, e com uma fragilidade que até as pequenas pedras da poeira do caminho a faziam cambalear, tentava alcançar os que iam à sua frente. Símbolo vivo de uma existência longa e sofrida, implorando - vejam bem, implorando! - para que o casal que ia à frente dela uns quatro metros já, a esperassem. E se para andar na rua precisa implorar, imaginem o martírio diário para conseguir um prato de comida das mãos desses carrascos domésticos! E o que faziam seus supostos entes queridos? Ah, ...
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