APROPRIAÇÃO INDEVIDA
A Apropriação Indevida Privada e o Uso de Bens Sociais de Uma Empresa são ações consideradas um Pecado Grave. Isso acontece porque elas atacam diretamente princípios fundamentais da moralidade cristã, especialmente a Justiça e o Direito de Propriedade.
A Apropriação Indevida Privada e o Uso de Bens Sociais de Uma Empresa se refere ao ato de Tomar ou Reter Injustamente os Bens de Uma Empresa Para Benefício Pessoal, ou de usá-los para fins privados sem a permissão razoável do proprietário ou da autoridade competente. Essencialmente, é uma usurpação do que pertence a outro.
Esse ato se enquadra na ideia de um "Amor de Si Mesmo Até o Desprezo de Deus", um apego desordenado a certos bens que fere a natureza humana e ofende a solidariedade entre as pessoas. É uma escolha deliberada e gravemente contrária à lei divina.
Consequências Negativas
Pecado Gravíssimo: É considerado um pecado grave por natureza, pois se opõe diretamente à virtude da justiça comutativa, que por si só exige uma obrigação séria. Causar prejuízo voluntário a proprietários, sejam eles privados ou públicos, é contrário à lei moral e exige reparação.
Perda da Comunhão com Deus e Morte Eterna: Sendo um pecado grave (mortal), ele priva a pessoa da comunhão com Deus e a torna incapaz da vida eterna. Se não houver arrependimento, o pecado mortal acarreta a morte eterna.
Prejuízo à Alma e ao Desenvolvimento Humano: O pecado é uma diminuição do próprio ser, um ataque à perfeição e felicidade do indivíduo. Ele fere e enfraquece o próprio pecador, destruindo a caridade no coração humano.
Dano às Relações Humanas e Sociais: Esse pecado prejudica o próximo (a empresa, seus proprietários, empregados, etc.) e ofende a solidariedade humana. A prática que reduz as pessoas a meros meios para o lucro escraviza o ser humano, conduz à idolatria do dinheiro e contribui para a difusão do ateísmo. Além disso, tais pecados criam "Estruturas de Pecado" que geram situações sociais e instituições contrárias à bondade divina, induzindo suas vítimas a, por sua vez, cometerem o mal.
Mandamentos e Virtudes Ofendidas
Esse pecado ataca diretamente princípios essenciais da fé:
O Sétimo Mandamento ("Não Roubarás"): Este mandamento proíbe tomar ou reter injustamente os bens do próximo ou lesá-lo de qualquer modo nesses bens. Ele prescreve a justiça e a caridade na gestão dos bens terrenos.
O Décimo Mandamento ("Não Cobiçarás... Coisa Alguma Que Pertença a Teu Próximo"): Este mandamento proíbe a cobiça dos bens alheios, que é a raiz do roubo, da rapina e da fraude. Proíbe a avidez e o desejo de apropriação imoderada de bens terrenos, bem como o desejo de cometer injustiça para prejudicar o próximo em seus bens temporais.
A Virtude da Justiça: É a virtude mais diretamente ofendida, pois o ato envolve a violação do direito de propriedade de outrem e a apropriação indevida de seus bens.
A Virtude da Caridade (Amor ao Próximo e a Deus): Ao prejudicar o próximo e ao demonstrar um apego desordenado a bens materiais em detrimento da lei divina, este pecado falha no amor a Deus e ao próximo.
O Que Fazer Para Evitar e Remediar Este Pecado
Para evitar e remediar esse pecado, as fontes indicam um caminho de conversão e reparação:
Para Evitar
Educação da Consciência Moral
É fundamental que a consciência moral seja educada e seu juízo esclarecido para procurar e abraçar a verdade, rejeitando tudo o que se opõe à fé e à moral.
Combater a Cobiça e a Avareza
Reconhecer e lutar contra o desejo desordenado de riquezas e o apetite imoderado por bens terrenos, que são a raiz do roubo e da injustiça. A avareza é um vício capital que se combate com o pensamento nos bens celestiais, a pobreza de Cristo e a consciência dos perigos desse vício.
Praticar a Justiça e a Caridade
Cultivar um espírito de justiça e caridade na administração e uso dos bens terrenos, reconhecendo a destinação universal dos bens.
Evitar Ocasiões de Pecado
Não se expor voluntariamente e sem justa causa a circunstâncias que representem um perigo próximo de pecar, pois isso demonstra pouca importância à ofensa a Deus.
Para Remediar (Após o Pecado)
Contrição e Sacramento da Penitência
É necessário ter contrição, que é a dor na alma e a detestação do pecado cometido, unida ao firme propósito de não mais pecar. Essa contrição deve ser sincera e vir da vontade, não sendo meramente a recitação de palavras.
O perdão dos pecados cometidos após o Batismo é concedido pelo Sacramento da Penitência, Confissão ou Reconciliação.
Na confissão, deve-se confessar todos os pecados mortais dos quais se tem consciência, especificando a espécie e o número, e informando sobre circunstâncias graves que alteram a malícia do pecado (como o escândalo ou danos graves).
Restituição e Satisfação
A absolvição sacramental remove o pecado, mas não repara todas as desordens causadas por ele. É estritamente obrigatório reparar o mal causado ao próximo por meio da restituição dos bens tomados indevidamente.
O pecador deve fazer todo o possível para reintegrar o prejudicado ao estado em que estaria se o dano não tivesse ocorrido, compensando todos os prejuízos eficazmente e culposamente previstos.
O confessor tem o dever de impor e explicar claramente a obrigação de restituição.
Práticas Espirituais Contínuas
Além da restituição, o penitente deve realizar obras de penitência para "expiar" seus pecados e recobrar a plena saúde espiritual. A penitência deve ser proporcional, medicinal e educativa para a consciência.
Meios eficazes para evitar recaídas incluem a frequente renovação dos propósitos, a prática diária do exame de consciência (especialmente sobre o defeito a ser erradicado), a devoção à Santíssima Virgem, e a assídua frequência à comunhão.
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