Onanismo
O onanismo é o nome dado ao pecado de tornar intencionalmente infecundo o ato sexual. Ocorre quando, por decisão humana, se impede voluntariamente que o ato conjugal realize sua função natural e sagrada de gerar a vida, seja por meios mecânicos, químicos ou pelo coito interrompido. A Igreja sempre ensinou que todo ato conjugal tornado intencionalmente infecundo é um pecado grave contra a natureza e contra a vontade de Deus.
Este pecado recebeu o nome de Onan, personagem bíblico que, ao ter relações com a cunhada por obrigação familiar, derramava o sêmen fora para evitar que ela concebesse, atitude que desagradou a Deus e foi castigada com a morte (cf. Gn ,9-10).
Consequências Negativas
As consequências do onanismo são graves para a alma, para o casal e para a sociedade:
1. Pecado Mortal: A contracepção voluntária é sempre pecado mortal, pois ofende gravemente a Deus, rompe a caridade e exclui a graça santificante da alma, tornando o pecador indigno da vida eterna, se não houver arrependimento e confissão.
Ofensa à Ordem Natural e Divina: O onanismo perverte a finalidade do ato conjugal, que Deus quis ao mesmo tempo como expressão de amor unitivo e aberto à vida. Ao separar essas duas dimensões, nega-se o sentido mais profundo do matrimônio.
Prejuízo para o Amor Conjugal: Ao buscar apenas o prazer, sem abertura à vida, o casal deixa de se doar totalmente um ao outro. A linguagem do corpo torna-se mentirosa, pois nega com gestos aquilo que deveria afirmar: o amor completo, fecundo, irrestrito e fiel.
Riscos Espirituais, Físicos e Morais: Esse pecado pode abrir a porta para outros pecados contra a vida, como o aborto, o desprezo pelos filhos e até a desagregação familiar, além de danos à saúde física e psíquica, especialmente nas mulheres.
Escândalo e Má Formação dos Filhos: Filhos que percebem a contradição entre o discurso cristão e os atos dos pais podem cair na descrença ou se perder moralmente. O exemplo dado no lar forma ou deforma as próximas gerações.
Mandamento ou Virtudes Ofendidas
O pecado de onanismo ofende profundamente:
1. O Sexto Mandamento: “Não cometerás adultério” (Êx ,1). Este mandamento proíbe todo uso desordenado da sexualidade, incluindo a contracepção. Deus criou o sexo com um fim sagrado e inseparável: o amor mútuo e a transmissão da vida.
A Virtude da Castidade: A castidade é a virtude que rege o uso correto da sexualidade, segundo o estado de vida de cada um. No matrimônio, ela ordena o prazer ao amor e à geração, rejeitando qualquer ato que reduza o outro a objeto de satisfação egoísta.
A Virtude da Temperança: A temperança modera os desejos sensuais e faz com que os sentidos obedeçam à razão iluminada pela fé. O onanismo nasce do descontrole das paixões, sendo contrário a essa virtude cardeal.
A Caridade e a Justiça: Ao recusar ao cônjuge ou aos filhos o dom total de si, fere-se a caridade conjugal e, em certos casos, até a justiça, quando se nega ao outro o direito de partilhar plenamente da comunhão matrimonial.
O Que Fazer Para Evitar Esse Pecado
1. Amar de Forma Verdadeira: O amor conjugal autêntico é generoso, fecundo, aberto à vida. Casais que desejam viver na graça de Deus devem rejeitar todo uso egoísta da sexualidade e aprender a se doar com liberdade e responsabilidade.
Fugir das Ocasiões de Pecado: Evitar tudo o que excita desordenadamente os sentidos: olhares impuros, beijos sensuais, leituras indecentes, hábitos mundanos ou amizades perigosas. Também é necessário vigiar contra o uso de filmes, músicas ou conteúdos que vulgarizem o sexo.
Cultivar o Domínio de Si: A castidade conjugal requer autodomínio, fruto da graça e da virtude. Jejum, oração, mortificação e vida sacramental são os meios para vencer os instintos e conquistar a liberdade interior.
Formar Bem a Consciência: Casais católicos devem conhecer e aceitar o ensinamento da Igreja, pois ninguém pode alegar ignorância voluntária. Formar a consciência é um dever moral e, no caso dos esposos, também um ato de caridade para com o outro.
Arrependimento e Confissão: Quem caiu nesse pecado deve buscar o perdão de Deus no sacramento da Penitência, com dor sincera e propósito firme de não mais pecar. A confissão restaura a graça e fortalece o coração contra novas quedas.
Evitar a Cooperação no Pecado: Se um dos cônjuges insiste no pecado, o outro deve resistir ao menos internamente e, se possível, externamente. Nunca é lícito consentir formalmente com um ato pecaminoso, mesmo para manter a paz doméstica. Em alguns casos, por grave causa, pode-se cooperar materialmente sem culpa (por exemplo, para evitar adultério), desde que haja resistência interior e posterior correção fraterna.
7. Conhecer e Usar os Métodos Naturais (Quando Há Motivos Sérios): A Igreja admite o uso dos ritmos naturais para espaçar os nascimentos, se houver motivos graves e sérios, como risco à saúde, dificuldades graves financeiras ou outros fatores. Mas usar tais métodos sem justa causa também é pecado, pois é negar a generosidade do amor cristão.
8. Buscar a Graça de Deus: Sozinhos, não somos capazes de viver as exigências da moral cristã. Mas com a graça de Deus, tudo é possível. O casal deve rezar juntos, pedir o auxílio divino e viver a sexualidade como dom sagrado e fecundo, segundo o plano de Deus.
9. Educar os Filhos no Respeito ao Corpo e ao Amor Verdadeiro: A responsabilidade dos pais é grande. Devem ensinar com delicadeza e verdade o valor da pureza, da vocação ao amor, do respeito ao corpo e à beleza do matrimônio. A educação sexual católica é sempre cheia de respeito, elevação e sentido espiritual.
“O matrimônio deve ser vivido com a generosidade daqueles que confiam em Deus.”
A sexualidade humana é dom de Deus e deve ser vivida com pureza, verdade e abertura ao amor e à vida. Quem vive a castidade conjugal descobre uma liberdade interior que eleva o amor e santifica a união.
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