O Perigo Oculto: Fugir de Si Mesmo


O Perigo Oculto: Fugir de Si Mesmo

Sabe, Santo Inácio de Loyola dizia: "A alma que examina a si mesma cresce; a que se evade, definha." Essa frase pega em cheio um tipo de preguiça que muita gente nem percebe ter: a esquiva da autorreflexão. Ela é uma forma bem silenciosa de nos impedir de crescer.

Autorreflexão é basicamente parar para dar uma olhada em você mesmo – seus pensamentos, suas emoções, por que você age de um jeito ou de outro. É como ser seu próprio detetive interno. Essa prática é fundamental para você se conhecer de verdade e construir uma vida que faça sentido, com propósito elevado e sintonizado com o que Deus quer para você. 

Autorreflexão: Vença a Preguiça de Olhar para Dentro

O problema é que, muitas vezes, fugimos desse processo. Preferimos evitar encarar nossas responsabilidades, nossos medos, as coisas que precisam mudar dentro da gente. Essa "fuga" é uma forma de preguiça porque exige esforço mental e emocional para encarar o que não é tão legal em nós. 

Às vezes, essa preguiça de olhar para dentro está ligada a emoções que a gente não soube lidar direito. Por exemplo, depois de uma briga, é mais fácil culpar o outro do que parar e pensar "onde eu errei?". Essa atitude, de não querer admitir falhas ou de ter dificuldade em reconhecer imperfeições, é um sinal de que estamos fugindo de nós mesmos.

A chave para virar esse jogo é a humildade. Ela nos permite aceitar que não somos perfeitos e que conhecer nossas limitações é o primeiro passo para evoluir. Fugir da autorreflexão pode até dar um alívio momentâneo, mas a longo prazo, te impede de crescer, faz você repetir os mesmos erros e constrói relacionamentos mais superficiais. 

Como essa preguiça se manifesta?

  1. Culpar os Outros: Uma forma comum de evitar a autorreflexão é projetar a culpa nos outros. A pessoa atribui seus problemas e dificuldades a fatores externos ou a outras pessoas, evitando assumir a própria parte de responsabilidade.
  2. Distração Constante: A pessoa busca constantemente distrações externas, como redes sociais, televisão, trabalho em excesso ou outras atividades, para evitar ficar sozinha com seus próprios pensamentos. O objetivo é preencher o tempo e a mente com estímulos externos, impedindo qualquer momento de introspecção.
  3. Evitar Sentimentos Desagradáveis: A autorreflexão muitas vezes nos leva a confrontar sentimentos desconfortáveis, como culpa, vergonha, medo ou tristeza. Para evitar essas emoções, a pessoa se esquiva da autorreflexão, preferindo ignorar ou reprimir esses sentimentos. É preciso entender que uma emoção não sentida, não amadurecida, continua lá latejando e pode acabar controlando o nosso comportamento de modo inconsciente.
  4. Falta de Tempo (Como Desculpa): A pessoa alega falta de tempo para justificar a ausência de autorreflexão. No entanto, mesmo alguns minutos diários de introspecção, de oração na presenaç de Deus com um bom livro para iniciar o diálogo com Deus podem trazer grandes benefícios. A falta de tempo, nesse caso, é mais uma desculpa do que uma realidade. Todos os dias, de manhã, fazer uma oração, que é falar com Deus sobre o que nos preocupa, o que fazer, etc., nos ajuda a nos conhecermos melhor e a entender o que temos que fazer para sermos mais felizes.
  5. Medo do Autoconhecimento: O medo de descobrir aspectos negativos sobre si mesmo pode ser um grande motivador para a esquiva da autorreflexão. A pessoa teme o que pode encontrar ao se olhar profundamente, preferindo permanecer na ignorância.
  6. Racionalização e Justificativas: Quando confrontada com seus erros ou comportamentos inadequados, a pessoa busca racionalizações e justificativas para se eximir da responsabilidade. Em vez de reconhecer a própria falha e aprender com ela, a pessoa busca desculpas para manter uma imagem positiva de si mesma, mesmo que ilusória.
  7. Vícíos e Alienações: A falta de autoreflexão pode nos levar a dependência de consolações em comidas e outras dependências externas.

Consequências dessa Forma de Preguiça

  1. Baixa Autoestima: Estar afastado das próprias emoções, sonhos e valores podem minar a autoestima.
  2. Dificuldade em Lidar com Emoções: A esquiva constante de sentimentos desagradáveis dificulta o desenvolvimento da inteligência emocional e a capacidade de lidar com as próprias emoções de forma saudável, prejudicando a si mesma e aos seus relacionamentos.
  3. Estagnação Pessoal: A falta de autorreflexão impede o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. A pessoa permanece presa a padrões de comportamento negativos, sem conseguir evoluir.
  4. Relacionamentos Superficiais: A falta de autoconhecimento e a dificuldade em lidar com as próprias emoções podem dificultar a construção de relacionamentos profundos e significativos.
  5. Repetição de Erros: Sem a reflexão sobre os próprios atos, a pessoa tende a repetir os mesmos erros e a se envolver em situações problemáticas recorrentes.

Exame de Consciência sobre a Esquiva da Autorreflexão

  1. Acredito que me conheço bem ou sinto que ainda há muito a descobrir sobre mim mesmo?
  2. Com que frequência me dedico a pensar sobre meus próprios pensamentos, sentimentos e comportamentos?
  3. Evito situações que me levam a confrontar minhas próprias questões internas?
  4. Tenho dificuldade em lidar com sentimentos como culpa, vergonha ou medo?
  5. Quando me deparo com um erro ou uma situação difícil, qual é minha primeira reação: buscar justificativas ou refletir sobre o que posso aprender com a situação?

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